Apesar de toda a informação que nos chega e da que está ao alcance de um click, continuo a ouvir dúvidas e preconceitos de há 20 anos atrás…
Erro! Bastam os mesmos cuidados que deveria ter antes ou seja: boletim sanitário em dia, alimentar corretamente, limpar o “WC” do gato diária- mente e lavar as mãos no fim.
Se o receio for a toxoplasmose, este só se coloca se tocarmos com as mãos nas fezes com o “toxoplasma gondii” na forma infetante e se as levarmos à boca... ainda assim a possibilidade de gatos indoor estarem infetados é muito baixa, uma vez que a principal via para contraírem a doença seria através da ingestão de roedores e aves. Para dificultar mais a possibilidade de nos infetarmos, a forma em que este parasita é eliminado só é infetante após cerca de 24h ( reforço a limpeza diária e que o gato tanto aprecia!). Mais e em jeito de confidência: “não sou imune ao toxoplasma, tive 3 filhos, sempre a trabalhar e a conviver com todo o tipo de animais de companhia…”;
“Não posso ter gatos, sou alérgico a pelos”.
Erro parcial! Podemos ser alérgicos sim, mas a uma proteína da saliva. É certo que os gatos lambem-se e por isso podem depositar esta proteína na pelagem. Para contornar este problema, (enquanto não vamos a um imunoalergologista tratar –nos...), habituemos o gatinho ao banho usando champôs específicos. Devo dizer ainda que há estudos indicadores de benefícios, também ao nível do aparelho respiratório, em crianças que crescem com animais (são mais saudáveis e apresentam menos infeções respiratórias).
Mais exemplos poderia escrever, em todo o caso saibam que de um modo geral os parasitas, bactérias e vírus das nossas mascotes “gostam” particularmente delas e só erraticamente (casos de excesso de carga parasitária, contacto muito estreito e sem o mínimo de higiene, pessoas imunodeprimidas) é que poderão passar para nós.
Dra. Isabel Maia
Médica Veterinária
Grupo HVV – Hospital Veterinário Viseu