sexta-feira, 21 de julho de 2017

Identifique bem o seu animal de companhia

Chegam as férias para muitos e com elas os passeios, nomeadamente com as mascotes. 
É cada vez mais frequente surgirem-nos na clínica pedidos de leitura de microchips em animais que pessoas acolhem, por perceberem que andam perdidos, esperando encontrar rapidamente os seus tutores. 
É certo que se têm microchip, o que felizmente é uma prática cada vez mais frequente, rapidamente localizamos o tutor. No entanto, os equipamentos de leitura destes dispositivos de identificação eletrónica, por norma, apenas estão disponíveis em Centros de Atendimento Médico Veterinário (consultórios, clínicas e hospitais) e em alguns postos da GNR, Câmaras Municipais e em poucos mais locais.

Como ajuda adicional:

-Coloque na coleira da mascote uma identificação de fácil e imediato contacto, por ex um ou dois nº de telemóvel;

-Já existem no mercado dispositivos que nos permitem localizar a mascote, sendo de fácil aplicação nas coleiras, transformando-as em autênticos GPS.

Em caso de desaparecimento, para além de posts nas redes sociais  e procura nas imediações, contacte de imediato a GNR e a Câmara Municipal mais próxima. Pergunte se no dia do desaparecimento houve alguma recolha de animais errantes. Contacte igualmente as associações de proteção dos animais em redor e o CROA (Centro de Recolha Oficial de Animais) da localidade. 

Nada substitui a nossa procura mais ativa, mas o importante mesmo é apostarmos na prevenção, tendo todos os nossos animais de companhia (cão, gato, …) devidamente identificados!

  

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Cuidar de animais de companhia? 80% de desconhecimento!

Como o nome indica estes animais vão fazer-nos companhia, vão socializar connosco, com os que nos rodeiam e acompanhar-nos em muitas das nossas rotinas.
Embora tenhamos evoluído bastante nos cuidados de saúde primária, como sejam a desparasitação, a nutrição e a vacinação (esta última em risco de retrocesso, como alertei no último artigo), continuamos a ter falhas graves, em particular na área comportamental.
A Comissão Europeia apresentou recentemente uma conclusão do “Study on the welfare of dogs and cats involved in comercial practices”, onde diz que 80% dos novos tutores não estão bem informados em relação às necessidades e características da mascote que adquirem.
Dentro da comunidade veterinária é importante o aconselhamento no sentido duma consciencialização para a importância de se estar bem informado no momento da aquisição do animal de companhia. “Um aspeto fundamental que deve transmitir-se é a importância de um período de socialização e a exposição a diversos estímulos para assegurar um bom comportamento”. 
Sabemos que a partir da quarta semana de vida, mas em particular depois da oitava (chegada ao novo lar) o cão está em plena fase de socialização. Esta prolonga-se em média até às 14 semanas e deve ser aproveitada ao máximo. Recomendo que este período, tão crucial para termos um cão adulto equilibrado, seja desenvolvido com base num conhecimento e técnicas de reforço positivo, sob pena de cairmos em processos de quase  “inundação” de estímulos que, ao invés de marcar com naturalidade e confiança o cachorro, o pode tornar inseguro e inclusive desenvolver-lhe medos com tudo o que de negativo e até perigoso isso pode ser em adulto. 

Aconselho vivamente, para além de todos os cuidados de saúde primários, a frequência de uma Puppy Class!