sexta-feira, 29 de setembro de 2017

4 de outubro: dia do animal e do médico veterinário

Vem aí o dia do animal e do médico veterinário e lembrei-me de o assinalar partilhando um pouco da minha vida...
Não foi logo desde pequena que quis ser veterinária, nem tão pouco sonhei com a minha profissão. Fui crescendo num meio rural, sempre com uma forte ligação à natureza. Em minha casa sempre tivemos animais, inclusive para comer. Fui observando e ajudando a minha saudosa avó Ermelinda a cuidar sempre com respeito e carinho todos os animais (talvez um carinho um tanto ou quanto pragmático, na medida em que se convertia predominantemente numa incessante preocupação em satisfazer-lhes as necessidades alimentares e de conforto). O que é certo é que era inconcebível para a minha avó ter ou ver animais mal tratados! No entanto sou do tempo da matança do porco em casa (ainda oiço o seu agoniante “choro”); das lutas de garnisés entre crianças (não havia mortes!); de ter um cão para guarda (que tentávamos acarinhar...); gatos para caçar os ratos (havia um ou outro que se deixava afagar...); de se matar um borrachinho (infeliz pombinho bebé...) para fazer canja quando um menino ficava doente; enfim... tantas coisas estranhas, algumas bem macabras para os dias de hoje... Mas tudo tinha valor e um propósito (ainda que pudesse estar errado...) e fez-me ter sempre um enorme respeito por todos aqueles seres que, agora admito, terem contribuído decisivamente para o meu gosto e opção em ser veterinária.
Felizmente muitas daquelas práticas terminaram e evoluímos bastante no conhecimento e respeito pelos Animais. Ainda há muito a corrigir, é certo, mas acredito nas novas gerações e sobretudo na persistência de uma educação cada vez melhor e mais abrangente que cuide e preserve a Natureza. 

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Ansiedade por separação no gato.

Tenho constatado um aumento de pessoas com vida bastante preenchida que optam por ter um gato.
É preciso ter consciência que os animais de companhia requerem atenção e conhecimento. O gato, em particular, é bastante exigente em termos de maneio e enriquecimento ambiental (gosta do “wc” limpo, água fresca, simular caçadas, arranhador, zona tranquila de descanso, …). Este felino aprecia a presença do tutor e por norma gosta de ser acariciado na justa medida, mas não pensemos que passa bem sem a nossa companhia. É certo que o gato pode não ser tão exuberante a manifestar ansiedade como o cão, mas também pode sofrer com a separação do tutor.
Sinais que podem estar relacionados com ansiedade por separação:
-Vocalização excessiva;
-Lamber-se em demasia, podendo mesmo originar lesões cutâneas;
-Urinar ou defecar em locais impróprios;
-Arranhar ou morder objetos não habituais;
-Vómito recorrente.
O que fazer para minimizar a ansiedade por separação:
-Habituar às rotinas de saída (ex: pegar nas chaves várias vezes por dia e pousá-las; sair por pequenos períodos que se vão estendendo na medida em que o gatinho os for tolerando);
-Recorrer a feromonoterapia;
-Deixar música calma;
-Esconder alimentos pela casa de modo a estimular o instinto de caça;
-Oferecer brinquedos de estimulação cognitiva nos quais pode colocar alimento ou catnip (planta que atrai a sua atenção);
-Não o castigue se encontrar um cenário desagradável. Isso só iria agravar o seu estado de ansiedade. Deve sim, intensificar as estratégias atrás referidas;
-Não adquira outro animal de companhia sem testar se é do agrado do atual. A ideia de uma companhia resolver o problema de ficar sozinho pode inclusive ser catastrófica;
-Aconselhe-se com o veterinário. Apesar de existirem algumas normas, cada caso é um caso.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Tenho um cachorrinho. E agora? (2ª parte)

Dúvidas mais frequentes:

Quantas vezes o desparasito?

De um modo geral, deverá ser desparasitado internamente de 15/15 dias até aos 3 meses de idade, depois mensalmente até ao meio ano, seguido de 3/3 meses em adulto. Hoje em dia estes protocolos tendem a ser ajustados ao estilo de vida de cada mascote. A desparasitação externa deverá seguir as recomendações do produto selecionado, devendo ter um alargado espetro de ação antiparasitária. 

Que vacinas vai fazer?

Os cachorros terão de fazer várias vacinas e respetivos reforços. Entre outras, vai ser vacinado contra a parvovirose, a esgana, a hepatite, leptospiroses, parainfluenza e raiva.

Como o devo educar?

Com recurso a reforço positivo. Evite a punição. Para melhor educar recomendo a frequência de uma Puppy Class.

Para já deve dormir perto de mim?

Um cachorrinho que vinha habituado (pelo menos deveria vir) a estar junto da mãe e dos irmãos, sentirá uma mudança muito brusca se for de imediato colocado a dormir sozinho. Se não for um problema para o tutor, este poderá numa fase inicial deixá-lo dormir perto de si e gradualmente o ir afastando até que fique confortável no sítio onde pretende que descanse sempre. Deverá habituá-lo a dormir dentro de um local relativamente pequeno, proporcionando-lhe mais aconchego, como por ex uma transportadora. Este local pode ficar mais agradável com recurso a algo quente que simule o corpo da mãe e irmãos.

Posso deixá-lo sozinho?


Pode, mas sempre de forma gradual. Existem técnicas que evitam o desenvolvimento de ansiedade por separação. A frequência de uma Puppy Class ajuda muito também a familiarizar-se com estas práticas.