quinta-feira, 21 de junho de 2018

Coprofagia. O meu cão come fezes, como evitar?

Coprofagia é a ingestão de fezes do próprio ou de outros animais. Em alguns casos é normal, como por ex nos recém-nascidos, quando ainda não sabem evacuar sozinhos, a mãe lambe os filhotes para estimular a eliminação de urina e fezes ingerindo-as. Também se sabe que é normal poder existir coprofagia nos cachorros, aproximadamente até aos 6 meses. Ainda assim, este comportamento deve ser prevenido o mais precocemente possível de modo a evitar que se instale.
Quando há coprofagia em adultos, que não em situação pós parto, torna-se um comportamento anormal.
Possíveis causas: 
  • Ficar preso e sozinho por muito tempo pode gerar ansiedade, podendo “entreter-se” na ingestão das fezes;
  • Observar a limpeza dos seus dejetos pode despoletar uma tentativa de imitação do tutor, incentivando a coprofagia; 
  • Punição. Pode comer fezes por ter associado castigo. Um clássico exemplo é o “esfregar” do focinho nos dejetos, quando por exemplo evacuou no sítio proibido;
  • Parasitas;
  • Fome;
  • Ração de fraca qualidade (deficiência nutricional);
  • Presença de fezes de gato o que, em caso de tendência para a coprofagia, pode levar à sua ingestão. Pensa-se que tal comportamento se deve ao facto da ração para gato ser mais rica em proteína (gato é um carnívoro estrito).

Como evitar?
  • Reduzir a solidão e o tédio no cachorro dando-lhe mais atenção, exercícios e brinquedos interativos;
  • Depois dos 6 meses de idade evite alimentá-lo só uma vez ao dia, fornecendo-lhe  pelo menos 2 refeições por dia;
  • Não o repreenda por fazer fezes no local errado, isso poderá incentivar a sua ingestão;
  • Recolha as fezes assim que possível, evitando ser visto pelo cachorro;
  • Desparasite-o com regularidade;
  • Caso tenha gatos, coloque as caixas de areia em locais onde ele não consiga chegar;
  • Escolha um alimento de alta qualidade;
  • Existem também produtos que pode adicionar à ração e que ajudam a dissuadir a coprofagia;
  • Quando o hábito está instalado, pode ter ainda de recorrer a técnicas específicas de treino. 

sábado, 9 de junho de 2018

Higiene oral nos animais de companhia…

Não é a primeira vez que escrevo sobre este assunto, mas faço-o novamente e continuarei a faze-lo até que haja uma consciencialização da importância dos cuidados de higiene oral na prevenção de múltiplas doenças, assim como na manutenção do bem-estar nos nossos animais de companhia.

Devemos começar desde cedo, logo na dentição de leite (aproveitando o período sensível de socialização), com a habituação ao manuseamento da cavidade oral. Deste modo, mais tarde, tudo será fácil e natural para a mascote. Através do uso de escovas de dentes mais adequadas, ou até das nossas, devemos criar a rotina de escovar diariamente a dentição dos nossos animais de companhia, mas recorrendo a pastas dentífricas especificamente elaboradas para eles (as nossas são tóxicas!). O recurso a snacks e brinquedos com ação positiva na higiene oral também é altamente recomendável.

Mesmo assim e com todos os cuidados, nomeadamente fazendo também uma alimentação adequada, há animais mais predispostos a desenvolver patologias da cavidade oral. A visita regular ao veterinário permite detetar precocemente e tratar da melhor forma, as alterações que forem diagnosticadas (retenção de dentes de leite, gengivites, tártaro, fraturas dentárias …)

Há que evitar a todo o custo o aparecimento de doença periodontal que, para além de comprometer a permanência das peças dentárias, é potenciadora de lesões noutros orgãos tão importantes como os rins e o coração!  

Eu sei que não é fácil escovar diariamente os dentes daquele “brincalhão” que insiste em partir a escova…, mas não devemos desistir (ex recurso a treino) e não abdiquemos também de lhe fazer uma alimentação que o “obrigue” à mastigação (mais à trituração), através da oferta maioritariamente de alimento seco, complementando com snacks e brinquedos de higiene oral. 

Depois, descompliquemos também as eventuais intervenções que possam ser necessárias como sejam as destartarizações (já rotineiras para muitos). Hoje em dia é possível realizar estes procedimentos com absoluta segurança.