sexta-feira, 23 de junho de 2017

Vacinação de animais de companhia em queda!

O alerta vem da PDSA (uma organização não governamental dedicada à saúde e bem-estar animal) e fundamenta-se em estudos, pasme-se, no Reino Unido, onde se constatou uma quebra significativa da taxa de primovacinação, assim como da revacinação anual. Entre as causas para a não vacinação está o facto de haver quem a ache desnecessária!?
Foi entretanto lançada uma companha pela PDSA no sentido de incentivar a vacinação nos animais de companhia, reforçando que só deste modo é possível poupar os animais a sofrimento desnecessário e mesmo à morte.
Mais preocupante é que este fenómeno parece estar a alastrar… 
Os últimos dados que dispomos no Grupo HVV (abrangendo Viseu, Seia e Oliveira de Frades), reforçam este alerta. Temos registada uma quebra nas revacinações anuais, com aparecimento de casos, ainda que isolados para já, de doenças que seriam perfeitamente evitáveis com correta vacinação!
Como médica veterinária há mais de duas décadas, temo que andemos para trás. Evoluímos muito em particular nesta área. Graças à aplicação sistemática e rigorosa, nomeadamente de programas de vacinação obrigatórios, (ex vacina contra a raiva) conseguimos erradicar algumas doenças tanto nos animais como nas pessoas!

Façamos aquilo que outros, por ventura mais entendidos que nós, concluíram com muito esforço e investigação ser o melhor caminho, ou seja, apostemos fortemente na medicina preventiva e vacinemos as nossas mascotes!

sexta-feira, 9 de junho de 2017

“E o Homem criou o cão…”

Estudos apontam para que o processo de domesticação que deu origem ao cão doméstico, Canis familiaris, tenha sido precedido por associação entre o Homo sapiens e o lobo, Canis lupus.
O Homem obteria vantagem da proximidade do lobo (ajuda na caça, proteção e defesa de território) e o lobo ficaria com as sobras de alimentos. A pele do lobo adulto serviria de agasalho e as suas crias seriam levadas para junto das crianças como brinquedos. Se em adultos mostrassem temperamento dócil, seriam mantidos, senão eram sacrificados ou devolvidos ao seu habitat.
Terá havido preferencia por animais que mantinham em adultos comportamentos de jovens, como a docilidade, dependência, atividade lúdica e facilidade em formar novos vínculos sociais, assim como características físicas de crias (corpo, cabeça e dentes pequenos). 
Tenhamos presente que o atual fiel amigo apresenta comportamentos semelhantes aos do lobo cria e jovem adulto, por exemplo solicita cuidados esperando que lhe seja fornecida comida, proteção, mas também pode apresentar condutas de territorialidade, caça (muito visíveis quando corre atrás de carros, bicicletas,…) e pode até manifestar agressividade (mais em algumas raças) em particular se não for educado/treinado adequadamente.
Depois surgiram as raças por múltiplos cruzamentos orientados, acentuando muitas vezes “defeitos” tidos como desejáveis (pele enrugada, crânio achatado, desproporção entre membros e coluna, marcada territorialidade, …) que obrigam a mais cuidados e alertas. 
O ideal seria o tutor estar plenamente consciente das características da mascote que escolheu, no sentido de a cuidar o melhor possível.