sexta-feira, 28 de abril de 2017

Tendências em cães…Alertas!

Quando iniciei a minha atividade, lembro-me sobretudo do Husky; Pastor alemão; Serra da estrela; Cocker; Caniche; Doberman; mais tarde o Rotteweiler e o Pit bull, seguidos do Labrador e do Golden. Todos eles com as suas predisposições genéticas (problemas dermatológicos, osteoarticulares, imunitários, comportamentais, …).

Hoje temos em destaque as raças braquicefálicas, como o Bulldog francês, o Bulldog inglês, o Shih tzu, o Pug e o Boxer. É claro que ainda vemos muitos Labradores e Goldens, começando a aparecer bastantes Beagles. Recomendo incidir na educação e treino em todos, muito em particular nos últimos.

Chamo a atenção para as raças braquicefálicas! Alerto para os problemas de saúde que estão associados à típica conformação curta do nariz, boca, laringe e traqueia. As dificuldades respiratórias são as mais evidentes, mas também podem surgir problemas digestivos. Não quero com isto desincentivar a aquisição destas raças até porque têm, de um modo geral, um excelente caráter!
Pretendo sobretudo que os casos mais problemáticos sejam diagnosticados precocemente de modo a evitar complicações, uma vez que já é possível corrigir algumas das malformações que podem afetar estas mascotes (ex: o comprimento excessivo do palato mole é corrigido com plastia excisional, as narinas atróficas beneficiam com rinoplastia de aumento).
O tutor deve estar atento a sinais de alerta:
-Estertor respiratório intenso (ronco);
-Arfar permanente;
-Cansaço intenso, não tolerando exercício e calor;
-Dormitar frequente ao longo do dia (noites sem descanso por períodos de apneia);

-Regurgitação e vómito recorrentes.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Parasitas!

É talvez a preocupação mais frequente com os nossos animais de companhia assim que começa o calor…

Breves noções

Algumas breves noções para melhor compreensão e atuação:

1º Embora com a chegada do tempo mais quente os parasitas, nomeadamente os ectoparasitas (carraças, pulgas, mosquitos e outros tantos) fiquem mais ativos, devemos fazer proteção durante todo o ano, reforçando sim, na primavera e no verão;

2º Há parasitas praticamente em todo lado, sendo no entanto uma verdade que os animais que estão mais por casa e pouco contactam com outros, não precisam de um programa de desparasitação tão rigoroso;

3º A faixa etária, o periodo de gestação e o historial clínico, também são determinantes na seleção do esquema de combate/prevenção contra os parasitas externos e internos;

4º A maior ou menor proximidade de crianças é outro fator a ter em conta aquando da adaptação da desparasitação à mascote;

5º Devido à própria anatomia, fisiologia e comportamento dos nossos animais de estimação, não é possível eliminar muitas das situações de risco (ex: as feromonas, tão importantes na comunicação animal, são também libertadas junto às fezes, onde parasitas internos podem estar presentes; o próprio ritual de higiene através da lambedura é de risco e pode autoperpetuar o ciclo parasitário;...)

Programa de desparasitação

Devemos assim escolher o programa de desparasitação com o ou os produto/s que melhor se ajustem às reais necessidades da nossa mascote, exigências em termos de envolvencia familiar e meio ambiente. 
Dada a enorme variedade de produtos e formas de administração, há quase sempre uma segunda opção com um modo mais fácil de aplicar ou administrar o princípio ativo pretendido. 
Por via das dúvidas e até porque estamos cá também para isso, o melhor será pedir aconselhamento técnico veterinário.


 Dra. Isabel Maia
Médica Veterinária
Grupo HVV – Hospital Veterinário Viseu

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Hospital de Medicina Veterinário versus Hospital de Medicina Humana

O funcionamento do Hosp Vet em pouco se assemelha ao do Hosp de Med Humana. 
No Hospital Veterinário:
-O atendimento é mais rápido;
-Por norma os exames de diagnóstico (rx, ecografia, análises  sanguíneas, eletrocardiograma,…) estão à distancia de um “sim, pode fazer” e também já dispomos, em alguns Hosp Vet, de TAC, RM, endoscopia, …;
-A obtenção de um diagnóstico é quase imediata;
-Avança-se para um tratamento com bastante rapidez;
-Tem-se acesso a variadíssimos produtos e serviços específicos para animais (medicamentos, alimentos, produtos de petshop, serviços de grooming).

Existem Hosp Vet maiores, mas nenhum deles tem a dimensão, dos Hosp para Humanos. Os recursos humanos são também muito mais reduzidos e polivalentes, não sendo raro observar médicos que para além da cirurgia também podem atender um telefone e rececionar um utente. É claro que há vantagens e desvantagens, mas ressalvo o envolvimento obrigatório em toda a vida hospitalar de quem tem de ser polivalente.
Não há Hosp Vet de investimento público, ou seja são todos privados, o que faz com que os procedimentos tenham um custo imputado diretamente a cada utilizador. Ainda assim são valores muito abaixo do custo de serviços equivalentes em Hosp. de Med Humana (valores diretamente percepcionados em Hospitais privados).
Também por experiência própria (provavelmente suspeita…) sinto mais motivação nas pessoas que trabalham em Hosp. Veterinários.

De um modo geral quem trabalha num CAMV, seja ele consultório, clínica ou hospital veterinário, emana paixão pela profissão e falo em relação a todos os profissionais da área: auxiliares, enfermeiros e médicos. 

terça-feira, 4 de abril de 2017

Passeio com Trela?

Sim…
Para além da obrigatoriedade legal, o mais importante é a segurança para todos: tutor, mascote e toda a comunidade.
um senão…
O facto de não existirem parques para os cães correrem livremente, limita o seu bem-estar. São poucas as cidades que dispõem destes locais, mas onde os há dá gosto ver correrias e brincadeiras!
Obrigar que na via pública e parques da cidade os cães passeiem com trela, é acertado, mas sugeria a reserva imediata de espaços devidamente vedados e com critérios de controlo/vigilância sanitária, principalmente para quem não dispõe do seu próprio parque/jardim, mas que ainda assim tem todo o direito de ter um cão e lhe proporcionar uma vida saudável.
Insisto na importância da educação de todos, em particular daqueles que queremos socializar.
Contribui para uma ótima socialização frequentar Puppy Classes entre as 8 e as 16 semanas de idade do cachorro. Recomendo ainda a frequência de cursos de treino básico de obediência, com incidência no controlo da mascote com trela. Embora o trabalho de habituação à trela deva começar desde cedo, está-se sempre a tempo de aprender com mais ou menos esforço. Existem já locais com profissionais dedicados, onde pode adquirir esta aprendizagem de modo consistente.
Deixo, no entanto, aqui algumas dicas para ir praticando:
O que fazer:
-Se for puxado pela mascote fique imóvel, exercendo apenas a força necessária impedindo que prossiga;
-Recompense logo que alivie a tensão na trela;
-Retome o passeio depois da recompensa.
O que não fazer:
-Dar puxões na trela para travar;
-Utilizar coleiras de castigo;

-Utilizar trelas demasiado curtas que bloqueiem a exploração do meio.