quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Antropomorfização do animal de companhia



Muitos dos nossos animais de companhia vivem em permanente ansiedade, sendo completamente ignorado o seu estado e até confundido com bem-estar.

Para o equilíbrio psicossomático das nossas mascotes é muito importante que saibamos quais as suas necessidades, nomeadamente aquelas relacionadas com o seu repertório, ou seja, aquelas cujo padrão comportamental caracteriza a espécie em causa e permite que esta esteja saudável do ponto de vista psíquico.
Dos muitos exemplos aqui ficam dois:
-Manifestação do ato predatório nomeadamente no gato, que é tão característico através das brincadeiras de esconde e ataca; 
-A necessidade de explorar o meio (farejando) e sinalizar a presença (marcando frequentemente com urina) que é tão típica do cão. 
Percebemos logo aqui a necessidade de ação, entretenimento, exercício que os nossos animais de companhia mais representativos (cão e gato) precisam.

Cada vez mais me deparo com animais que passam longos períodos de tempo sozinhos, em pequenos apartamentos e sem o cuidado de um adequado enriquecimento ambiental. Mais, apenas quando já temos situações de somatização (cistite, dermatite, gastrite, etc) dos problemas psíquicos, ou situações de destruição dentro de portas é que há pedidos de ajuda (felizmente já vamos tendo muitas soluções na medicina veterinária).

A atual sociedade sempre a correr atrás do tempo, com relações cada vez mais virtuais e uma maior necessidade de contacto com a natureza, vai substituindo, em vez de complementar, as relações humanas por relações com animais de companhia. O grande risco é projetar nestas últimas apenas interpretações do ponto de vista humano, não permitindo, consciente ou inconscientemente, que os animais tenham pelo menos alguns momentos em que sejam eles próprios, nomeadamente com oportunidade de expressarem os seus comportamentos típicos e assim estarem em equilíbrio.


Para melhor compreendermos os nossos animais de companhia e evitarmos excessos com projeções erradas daquilo que é o nosso bem-estar, recomendo que antes de os adquirimos saibamos um pouco mais, também, sobre o seu etograma (comportamentos típicos de cada espécie).   

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

E no Natal chegou o animal de companhia…


Não vem nenhum mal ao mundo desde que tenha sido uma decisão bem pensada, nunca por impulso!
Nesta altura do ano, é relativamente frequente sermos abordados acerca dos planos de vacinação e desparasitação mais adequados ao novo elemento da família. Sim, podemos falar deste modo uma vez que os animais de companhia não são coisas e são já classificados como seres sencientes, capazes de ter sentimentos de medo, dor, felicidade, prazer, com direito a serem respeitados e devidamente cuidados.
Tal como nós, humanos, é muito importante fazer desde cedo uma boa prevenção de doenças e parasitoses. No cão e no gato (animais de companhia mais representativos) esta prevenção deve iniciar-se logo no primeiro mês de vida no caso da desparasitação e no segundo mês no caso da vacinação.
Atualmente, para além dos planos básicos de medicina preventiva, a tendência é ajustar a cada mascote um plano mais ou menos reforçado de acordo com a sua origem, particularidades, estilo de vida, local onde vive, etc.
Dúvidas sobre o tipo de alimento, cuidados de higiene, utensílios/enxoval necessários, educação e treino, são também bastante frequentes. 
Em relação à alimentação o meu conselho vai para um alimento composto (vulgarmente designado por ração) de elevada qualidade (premium). É mais seguro e equilibrado (é testado cientificamente) e permite maior comodidade na nossa vida atual bastante agitada (não precisamos, nem devemos cozinhar para eles). 
Outro pilar importante, diria até determinante, é a aposta na educação e treino. A frequência de uma Puppy ou Kitten Class (cachorros ou gatinhos respetivamente), é de extrema importância para uma boa socialização, aprendizagem de mascotes e tutores sobre a melhor educação e comportamentos, de modo a termos animais de companhia adultos equilibrados e tutores mais informados e responsáveis.

Nada melhor do que se dirigir ao veterinário o mais cedo possível (idealmente antes de adquirir a mascote) para saber exatamente o que, quando e como deve fazer.