Vem aí o dia do animal e do médico veterinário e lembrei-me de o assinalar partilhando um pouco da minha vida...
Não foi logo desde pequena que quis ser veterinária, nem tão pouco sonhei com a minha profissão. Fui crescendo num meio rural, sempre com uma forte ligação à natureza. Em minha casa sempre tivemos animais, inclusive para comer. Fui observando e ajudando a minha saudosa avó Ermelinda a cuidar sempre com respeito e carinho todos os animais (talvez um carinho um tanto ou quanto pragmático, na medida em que se convertia predominantemente numa incessante preocupação em satisfazer-lhes as necessidades alimentares e de conforto). O que é certo é que era inconcebível para a minha avó ter ou ver animais mal tratados! No entanto sou do tempo da matança do porco em casa (ainda oiço o seu agoniante “choro”); das lutas de garnisés entre crianças (não havia mortes!); de ter um cão para guarda (que tentávamos acarinhar...); gatos para caçar os ratos (havia um ou outro que se deixava afagar...); de se matar um borrachinho (infeliz pombinho bebé...) para fazer canja quando um menino ficava doente; enfim... tantas coisas estranhas, algumas bem macabras para os dias de hoje... Mas tudo tinha valor e um propósito (ainda que pudesse estar errado...) e fez-me ter sempre um enorme respeito por todos aqueles seres que, agora admito, terem contribuído decisivamente para o meu gosto e opção em ser veterinária.
Felizmente muitas daquelas práticas terminaram e evoluímos bastante no conhecimento e respeito pelos Animais. Ainda há muito a corrigir, é certo, mas acredito nas novas gerações e sobretudo na persistência de uma educação cada vez melhor e mais abrangente que cuide e preserve a Natureza.
Sem comentários:
Enviar um comentário