sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Animal de companhia e o dia de S. Valentim…


As justificações tidas como únicas de ter um “cão para guarda”, ou um “gato para caçar ratos”, deixaram de fazer sentido numa sociedade com serviços de proteção e defesa instituídos e cujo padrão higiossanitário descartou há muito pragas de outrora… No entanto surgem, para além da nossa vontade ou até motivando-a, novas “funcionalidades” do animal de companhia.

A dependência cada vez maior das tecnologias, com um mundo virtual a apoderar-se de nós, que vivemos a ritmo intenso, faz crescer, nem que seja subconscientemente, a necessidade de afetos e contacto com a natureza. 

A “falta de tempo” para a construção de relacionamentos entre humanos e porque a complexidade destes parece exponenciar-se quando interagem (porventura associada à perda de habilidades de socialização), parece potenciar o “uso” do animal de companhia como “carregador de baterias de afetos”, ou uma espécie de “efeito de dia de S. Valentim”. Nada contra, desde que o respeitemos e percebamos que também precisa de “guardar” e “caçar”… Quero com isto dizer que é importante, para além de amor e carinho, que o deixemos expressar comportamentos naturais e característicos de cada espécie. Obviamente que não precisamos de o incentivar a ladrar a estranhos e que poder brincar correndo atrás de objetos, adequados, pode muito bem simular uma caçada e satisfazer a manifestação de um comportamento inato predatório.
Por outro lado, deixarmos fazer tudo o que apetece ao animal de companhia sem lhe indicarmos uma rotina, um padrão de comportamentos a apresentar em sociedade, ou pensar que saber interagir connosco é suficiente, pode representar um risco para ele e para quem se cruze no seu caminho.


Insisto no valor afetivo do animal de companhia no lar e nos muitos benefícios que nos pode trazer! No entanto é necessário respeito e conhecimento das suas necessidades específicas para podermos ter uma relação entre humanos e animais cada vez mais benéfica. Assim, em particular para quem vive em sociedade, é fundamental a educação com muito treino… 

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