sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Será o animal de companhia um filho?


Vemos cada vez mais, no dia a dia clínico, famílias que optam por um animal de companhia a pedido do filho e que chegam a admitir que é o irmão que não lhe podem dar… ou que, não tendo filhos, adquirem animais tratando-os como filhos.
Penso não vir daqui nenhum mal ao mundo, se as necessidades de cada um forem respeitadas, nomeadamente as dos animais de companhia. É preciso ter noção que estes precisam de cuidados específicos, com regras e  ritmos próprios, sendo fundamental para o seu desenvolvimento equilibrado poderem expressar comportamentos próprios da espécie. Estes comportamentos são de tal maneira relevantes, que até fazem parte dos caracteres de classificação da espécie como tal. Não basta assim, sabermos que têm uma alimentação diferente da nossa, programas de desparasitação e vacinação próprios, cuidados de grooming, educação e treino de acordo não só com a espécie mas também com a raça, temperamento/caráter… É mesmo muito importante sabermos o etograma (repertórios comportamentais, ou comportamentos típicos) de cada animal que escolhemos para nos acompanhar. 
O aumento de patologias relacionadas com o que escrevi é notório e vão desde obesidade, doenças da cavidade oral, diabetes, gastroenterites, dermatites, cistites, … até a problemas comportamentais como ansiedades, fobias, agressividades, etc.

O ideal seria que antes de adotarmos o nosso animal de companhia, fizéssemos uma consulta ao veterinário no sentido de percebermos qual a espécie, raça, que melhor se adequa ao nosso estilo de vida e quais as reais necessidades e cuidados que exigirá.


Na minha opinião vejo os animais de companhia como um elemento da família que a completa, com identidade e comportamentos próprios a respeitar. Pode ser um “filho”, mas sempre diferente e especial!

Sem comentários:

Enviar um comentário