terça-feira, 1 de outubro de 2019

Animal de companhia e comportamentos…


O desejo de ter um animal de companhia é ancestral.
O Homem evolui associado ao cão e mais tarde ao gato (animais de companhia mais representativos) criando mesmo vínculos com estes.  Há muitas teorias sobre este assunto (animais funcionam como objeto de apego como sugere Bowlby; representam objeto de transição segundo Winnicott; são parceiros na organização social dos sistemas biológicos como refere Faraco; etc). 
Esta relação cada vez mais estreita e pejada de projeções de parte a parte, pode evoluir de forma indesejada. Existem estudos que relacionam o aparecimento de problemas comportamentais com a inconsistência e desadequação de atitudes dos tutores, face ao temperamento e comportamentos exibidos pelas mascotes. 
É fundamental que se conheçam as particularidades da espécie, raça, ou indivíduo que se pretende introduzir no lar. Ter um animal como companhia é ter mais um ser vivo junto a sí que vai interagir, exigir cuidados a vários níveis, nomeadamente tempo para lhe dedicar em múltiplas tarefas, sejam elas obrigações menos agradáveis, ou tão simplesmente um passeio pelo parque. 
Numa altura em que se fala tanto do animal de companhia, é inevitável a pressão de legitimação de finalmente o adquirir. É de facto uma alegria trazendo muitos benefícios, mas também uma fonte de preocupações.
No dia a dia de clínica deparo-me com situações, por vezes bastante complicadas quer por alterações comportamentais graves, quer por doença física que era impensável… 

É preciso acautelar cuidados básicos de medicina preventiva incluindo a educação e treino, não esquecendo ainda de ter pensado onde deixar, ou quem vai cuidar do nosso patudo quando formos de férias, ou tão simplesmente, quando não estivermos presentes…

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