quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Esterilizar?


Deixar fluir a natureza talvez fosse o ideal, mas nós interferimos há muito…

A partir do momento em que colocámos animais a fazer-nos companhia, alterámos as regras. Quero com isto dizer que os tornámos dependentes de nós e nós também cada vez mais deles. 

Com a domesticação ao longo de milhares de anos fomos “abafando” comportamentos de sobrevivência em particular no cão, mas também em muitas raças de gatos que diminuíram em muito, por exemplo, as suas capacidades predatórias.

O risco de termos animais de companhia abandonados, ainda por cima não esterilizados é uma bomba relógio, pois o potencial de multiplicação desajustado aos recursos e competências de sobrevivência é enorme!

Por outro lado, o simples facto de tomarmos conhecimento sobre as suas reais necessidades, ao mesmo tempo que descobrimos mais sobre o que melhora a sua vida, confere-nos maior responsabilidade.

É sabido, por exemplo, que a esterilização prolonga a vida (previne muitas doenças e comportamentos de risco), mas também contribui para o bem-estar do animal de companhia que vivendo, muitas vezes apenas connosco, sem possibilidade de expressar por completo o seu comportamento sexual, pode desenvolver ansiedade e até tornar-se agressivo.

Convém também equacionarmos se, vivendo já grande parte das mascotes em apartamento bem junto a nós, estaremos preparados para comportamentos de manifestação de cio (por parte de fêmeas não esterilizadas) ou resposta a este (por parte de machos não castrados), como sejam vocalizações mais exuberantes, marcação territorial, perdas de fluidos sanguinolentos, etc ?
Não me parece que a resposta seja consensual, pelo menos por parte de todos os inquilinos do prédio…


Ah, e não pensemos que os animais esterilizados ficam tristes, ou com algum problema comportamental por não deixarem descendência. Eles apenas respondem à sua atividade hormonal, não fazendo esse tipo de conjeturas. Há apenas alguns casos, em que a esterilização pode não ser de imediato recomendada, mas disso falarei noutro artigo.

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