Arrisco dizer que 3 em cada 4 leitores vai ficar surpreendido com aquilo que vai ver...
Desde alterações na cor dentária, tártaro, gengivites, fraturas/excessivo gastamento dos dentes, más oclusões, perdas de peças dentárias ou dentes de leite retidos, são fáceis de encontrar. E não se pense que o mau hálito, hipersalivação, engolir os alimentos sem uma “trincadela” sejam normais!
Estima-se que cerca de 80% dos cães e 70% dos gatos com mais de 3 anos, tenham já sintomatologia de doenças da cavidade oral
Para termos ideia da frequência das patologias orais, estima-se que cerca de 80% dos cães e 70% dos gatos com mais de 3 anos, tenham já sintomatologia de doenças da cavidade oral. E atenção que estas patologias vão ter impacto no organismo, podendo causar infeções graves em órgãos tão importantes como o coração e os rins!
Uma ideia errada e com que me deparo ainda muitas vezes, é o tutor achar normal que com a idade a mascote tenha algum tipo de alterações das que referi. “Não, não é normal!”
Tenhamos presente que as mascotes usam a boca na “descoberta” do seu mundo, e que nem sempre têm à disposição os melhores recursos no que toca à prevenção na saúde oral.
Por outro lado, a cada vez mais próxima relação entre o animal de companhia e o Homem, torna quase impossível evitar erros de antropomorfização também a nível alimentar e como tal é de esperar, que surjam mais mascotes com tártaro, gengivite e doença periodontal.
A prevenção é fulcral
A prevenção é fulcral e passa por habituar a mascote ao manuseamento da boca com escovagem dos dentes. Existem ainda pastas dentífricas enzimáticas, snacks, alimentos secos e brinquedos específicos, com ação positiva na saúde oral. São importantes as visitas regulares ao veterinário! Se houver tártaro, este fará uma destartarização, sob anestesia geral, ainda que leve, evitando qualquer sensação dolorosa e stress associados ao procedimento.
E sim, “antropomorfizemos” as mascotes escovando-lhes os dentes diariamente, principalmente se tivermos cães de pequeno/médio porte, que se sabe estarem mais predispostos à formação de tártaro.
Dra. Isabel Maia
Médica Veterinária
Grupo HVV – Hospital Veterinário Viseu
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