A Bolota da Amipet |
Temos assistido ultimamente a um emergir de programas televisivos, revistas, informações on line, eventos… sobre animais de companhia, com particular enfoque no cão.
É sem duvida importante que se trabalhe a consciencialização do que é ter aos nossos cuidados um animal de estimação. É legítimo que perante tal envolvência de conteúdos nos questionemos, ou nos questionem, sobre “ter ou não ter uma mascote”. Antes de tomarmos qualquer decisão neste sentido, devemos ter presente qual a verdadeira motivação, e se ela é ou não válida para a construção uma boa relação.
No caso de se querer um cão como animal de companhia (também se pode aplicar a outro tipo de mascotes) apontam-se algumas razões pelas quais não devemos tomar esta decisão:
Impulsividade ou presente surpresa
Ter um animal de companhia pode implicar uma mudança grande na nossa vida, o que deve ser sempre bem planeado;
Intimidação ativa de estranhos
O cão, animal de companhia, não deve ser usado como intimidador direto de estranhos. Poderemos desenvolver-lhe problemas comportamentais, nomeadamente agressões, medos/fobias, comportamentos de destruição …;
Moda ou estatuto
Selecionar um cão pela raça da moda ou por um estatuto, pode vir a ser uma desagradável experiência quer para o tutor quer para o cão. A desinformação sobre determinadas características/exigências de algumas raças pode acarretar uma série de problemas para quem não está devidamente preparado para lidar com elas;
Problemas familiares
Começa a ser frequente a adoção de um animal de companhia, nomeadamente o cão, com o intuito de amenizar ou mesmo resolver adversidades nos relacionamentos/contrariedades familiares (impossibilidade de ter filhos, desavenças maritais, situações de luto…). Um cão não vai resolver problemas entre os membros da família, e é inclusive mais provável que se torne ainda num elemento gerador de mais stress;
Cedência aos pedidos dos filhos
Tenhamos consciência que introduzir um cão na família exige mais disponibilidade de tempo e recursos. Se de facto para nós ainda não é a altura certa, não devemos passar essa responsabilidade às nossas crianças. Tente uma segunda opção que pode passar por voluntariado em centros de acolhimento de animais, e/ou participação em eventos de formação/socialização com atividades assistidas por animais.
Dra. Isabel Maia
Médica Veterinária
Grupo HVV – Hospital Veterinário Viseu
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