sábado, 18 de agosto de 2018

Socializar não é “inundar”

A ideia de que socializar os nossos animais de companhia, em particular os mais representativos—cão e gato—é muito importante, parece estar já bem presente na nossa sociedade. 

No entanto, as formas pelas quais se promove a socialização é que podem não ser as melhores…
Pensar que o nosso cão ou gato devem ser expostos a todo e qualquer estímulo/ambiente, em qualquer idade e sem cuidados específicos, pode surtir efeito oposto ao pretendido!

Existem períodos chave e métodos cientificamente comprovados para que o processo de socialização decorra com maior sucesso. Nos cães e nos gatos estão definidas alturas mais propícias para lhes “apresentar o mundo” de forma natural e positiva:
-Nos gatos temos a idade entre as 2 e as 10 semanas (podendo nalguns casos estender-se um pouco). Como na maior parte das vezes, nesta altura, os gatinhos ainda estão com a progenitora (não devem ser adotados antes das 8 semanas) torna-se muito estreita esta janela de maior potencial de socializar, sendo importantíssimo aproveitá-la ao máximo;
-Nos cães a fase mais sensível da socialização inicia-se por volta das 3 semanas de vida e pode ir até às 14 a 16 semanas (ter em conta o desenvolvimento de cada raça). Também aqui é vital para o bom desenvolvimento a adoção só depois das 8 semanas de idade, sendo que até aí o cachorro deve permanecer com a progenitora e irmãos.

Existe informação e meios, já bastante atualizados, sobre os “rituais” de apresentação a estímulos, ambientes, outros animais intra e extra espécie, que nos permitem operar com mais rigor nestas idades tão fáceis de “moldar para bem e para mal”…
Sem dúvida que recomendo a frequência de uma Puppy Class (aulas para cachorros) ou de uma Kitten Class (aulas para gatinhos) com ganho de aprendizagem também e muito para os tutores. Reforço que socializar é preciso durante toda a vida, mas é fulcral começar cedo para termos adultos equilibrados. 

Para terminar, socializar não é “inundar” o nosso cão ou gato com estímulos/experiências, o que inclusive os pode traumatizar, mas sim apresentar-lhes esses mesmos estímulos/experiências de forma cuidada, segura e muito positiva, tendo sempre em conta as particularidades/sensibilidades de cada indivíduo.

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